Os desafios de sediar uma Copa do Mundo

30 jul

Texto e foto: Thiago Fuzihara Crepaldi (4˚ ano – Cásper Líbero)

Palestrante Jorge Luiz Rodrigues

Palestrante Jorge Luiz Rodrigues

A mesa “Quais problemas as cidades terão de enfrentar para sediar a Copa?” aconteceu às 14 horas desta sexta-feira (30), segundo dia de Congresso. O jornalista Jorge Luiz Rodrigues foi quem iniciou a exposição. Correspondente do jornal O Globo na Copa da África do Sul – com experiência de cobertura de outros megaeventos esportivos -, o jornalista carioca projetou integralmente o seminário que o Diretor de Competições da FIFA, Jim Brown, enviou para os representantes de cada uma das12 cidades-sede brasileiras com todas as exigências que a maior federação esportiva do mundo faz para que um evento dessas proporções se concretize.

Os principais tópicos do seminário da FIFA, em ordem de importância, são: aeroportos, transporte local, acomodação em hotel, experiência da cidade, hospitalidade e, por fim, estádios. “Há uma tendência de todos acharem que só se deve concentrar os esforços para a construção de estádios, mas, na verdade, o estádio é a menor preocupação. Ele é apenas o produto final de um planejamento gigantesco”, explicou Rodrigues.

Em termos comparativos, A Copa da Alemanha (de 2006) obteve maior sucesso do que a Copa da África do Sul (2010), em todos os quesitos. Um deles, por exemplo, foi nas Fan fests (os eventos fora do estádio, de acordo com a definição da FIFA): na Alemanha o público chegou a 18 milhões, enquanto que na África do Sul foi de quase 5. Para a Copa de 2014, fez um alerta: “A primeira impressão é a que fica. Ao chegar ao aeroporto de Cumbica, com o quê você se depara? Esteiras que rasgam a mala, possíveis extravios, escada rolante apertada, enfim, um aeroporto saturado”. É uma realidade preocupante, pois São Paulo absorve 71% da demanda de voos internacionais, segundo dados de Caio Luiz de Carvalho, presidente da SPTuris e participante dessa mesa.

Carvalho iniciou sua fala resgatando uma célebre frase de um jornalista do Financial Times, Simon Kuper em artigo que fez tempos atrás: “Com uma Copa o país vai ficar mais pobre. E mais feliz”. O ex-ministro do Esporte e Turismo nos governos Itamar Franco e FHC elogiou o trabalho de planejamento que a Inglaterra está realizando para sediar as olimpíadas de 2012. “Eles estão pensando o intangível, aquilo que passa despercebido dentro das nossas prioridades e, na verdade, são fontes potenciais de renda. O Brasil precisa direcionar o seu olhar pensando o intangível”.

“Orgia de obras, não.” Ambos ressaltaram o compromisso da durabilidade das obras, que não podem ser feitas apenas para um megaevento; devem seguir um continuísmo para que posteriormente se possa fazer usufruto de toda a infraestrutura construída.

Clique no nome da palestra para fazer o download da apresentação, e no nome do(s) palestrante(s) para visualizar o(s) currículo(s):

Quais problemas as cidades terão de enfrentar para sediar a copa?

Apresentação complementar (2014 FIFA World CupTM Seminar with Bidding Cities)

Jorge Luiz Rodrigues – jorgelr@oglobo.com.br

Caio Luiz de Carvalho – caio@spturis.com

O 5º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo é uma realização da Abraji e da Universidade Anhembi Morumbi, com o patrocínio de Claro e Tetrapak, o apoio do Centro Cultural da Espanha em São Paulo, do Knight Center for Journalism in the Americas, do Open Society Institute, da Ogilvy, do Consulado Geral dos Estados Unidos em São Paulo e a parceria do Fórum de Acesso a Informações Públicas, do Centre for Investigative Journalism , da Unesco e da Oboré.

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